One day at a time - Série cancelada da Netflix

One day at a time

             É difícil criar uma comédia de situação (as chamadas sitcoms) e trazer algum frescor à narrativa, porque já vimos basicamente tudo, mesmo que, atualmente, esse tudo se limite a basicamente três séries: Friends, How I Met You Mother e The Big Bang Theory. Muitas vieram e abriram caminho, inclusive One Day at a Time, produção dos anos 1970 que fez muito sucesso na CBS e contava a história de uma mãe solteira (Bonnie Franklin) que se mudava para Indianápolis com as duas filhas adolescentes (Mackenzie Phillips e Valerie Bertinelli) e fazia amizade com o síndico do edifício onde passavam a morar (Pat Harrington Jr).

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Poderia ser só mais um remake, mas a produção desenvolvida por Gloria Calderon Kellet e Mike Royce vai além de pegar atores diferentes para contar a mesma história de uma família norte-americana com problemas. Agora focado em um grupo familiar cubano-americano, One Day at a Time consegue mesclar uma história engraçada com um drama relevante para os dias atuais, tudo isso com um texto afiado, atores entrosados e piadas que funcionam. Ou seja, tudo o que gostamos em uma sitcom, mas sem ser boboca. Ainda há futuro para o formato.






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O sitcom da Netflix trata com responsabilidade temas como homossexualidade, a xenofobia enfrentada por imigrantes, a vida de mãe solo e relacionamentos abusivos, mas como boa parte dos produtos audiovisuais americanos, ainda reforça uma propaganda anti-comunista e imperialista.
A série finca os pés nos valores familiares e trabalha com a mesma fórmula de sempre: risadas ao fundo e a interação dos personagens em cenários fixos. A diferença é que nada soa muito repetitivo e os clichês são trabalhados de maneira esperta. Há piadas misturadas com críticas ferrenhas, mas tudo é apresentado de forma orgânica. As risadas não incomodam, mas complementam.
O que mais chama atenção, então, é que One Day at a Time consegue ser ao mesmo tempo engraçada e política, leve e densa, com personagem que importam. Da mesma forma em que brinca com os estereótipos e nós rimos com os personagens, também exalta valores e trabalha com a representatividade de maneira responsável.







 



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